Saúde Mental equilibrada ou pandemicamente afetada?

 

A atual pandemia em que vivemos mergulhou-nos numa nova realidade. As nossas vidas mudaram dramática e rapidamente e não vislumbramos certeza de quando voltaremos à vida normal. Coletivamente, encontramo-nos a processar uma quantidade inacreditável de mudanças e perdas – perda de um emprego ou segurança financeira, perda de privacidade, perda de liberdade, perda de ligação física. Dado o evitamento dos locais antes frequentados, as diferentes esferas da vida confluíram no mesmo espaço físico, o lar, que se tornou, para muitos, o local de trabalho, de educação, de socialização, de exercício, de relaxamento, de hobbies e lazer. Faz sentido, portanto, que muitos sintam este impacto de vivência na saúde mental.

O que muitas pessoas descrevem na atualidade, efetivamente imita os pensamentos, sentimentos e comportamentos da depressão e ansiedade, bem como o luto e perda, que incluem sentimentos de abatimento, tristeza, desconexão e irritabilidade, com baixa energia e motivação ou falta de interesse nas tarefas do quotidiano, libido reduzida e medo do futuro. Todas estas respostas, entre outras, são normais e humanas, que fazem sentido no contexto atual, onde devemos enquadrá-las aos desafios extremos, mudanças e perdas que enfrentamos, enquanto navegamos nesta realidade.

E quando se deve procurar ajuda profissional? Quando é que estas experiências ultrapassam as capacidades autónomas e o auxílio clínico é essencial?

A resposta varia para cada indivíduo, com as seguintes sugestões a refletir:

  • Tem-se sentido abatido, ansioso ou mal-humorado há algumas semanas?
  • Tem-se sentido preso ou com dificuldade em desligar de pensamentos e sentimentos preocupantes autonomamente?
  • Apercebe-se que o que está a sentir conflitua com o ambiente em casa, no trabalho ou nos relacionamentos?
  • Tem experienciado pensamentos de suicídio ou automutilação?
  • Necessita de sugestões práticas para ajudá-lo a lidar com as problemáticas?

 

Por outro lado, como nos podemos aperceber se a nossa saúde mental está a ser afetada, ou compreender o possível impacto do coronavírus na saúde psicológica? Pode ser útil realizar uma monitorização para acompanhar o humor ao longo do tempo e detetar alguns padrões, através de uma simples forma, que passa por atribuir uma cotação a cada dia entre 0 e 10, onde 0 = não me poderia sentir pior; 10 = não me poderia sentir melhor. É útil realizar algumas anotações sobre os principais acontecimentos de cada dia (positivos e negativos), para dar algum contexto à avaliação. Posteriormente, reúne-se as avaliações diárias durante uma ou duas semanas, compara-se os resultados, com enfoque na verificação da melhoria ou agravamento do humor ao longo do tempo e, na eventualidade de ter vindo a descer ou ser maioritariamente baixo, possivelmente é indicativo de uma procura de suporte profissional.

O coronavírus apresenta-se como um desafio para todos e se considerarmos que o impacto dos nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos estão, de algum modo, a interferir negativamente na vida, sobrecarregando as capacidades individuais, ter um espaço de preparação contra a adversidade e todas as outras mudanças que o coronavírus força enfrentar, o auxílio profissional não traz nada mais que benefícios, pois a terapia consiste também num espaço fortalecedor, onde o objetivo é ajudar, revigorar e tornar a pessoa resiliente ao enfrentar os desafios da vida.

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